domingo, 19 de junho de 2011

Mas que merda, Sr. Professor! - Educação Física

ATENÇÃO! Este texto está escrito em formato de caricatura, ou seja, de forma exagerada e humorística. Apesar disso não se perde o principal objetivo: reclamar do horrível ensino que tive quando adolescente na década de 80. Vale lembrar que qualquer semelhança com a realidade deve, muito possivelmente, ser uma mera coincidência. Se você "ama" qualquer uma das disciplinas desta série de textos e não concorda com este blog sinta-se livre para comentar, ou então saia da internet e vá ler um livro!
Este texto continua a já famosa série "mas que merda, Sr. Professor". Se você chegou aqui de sopetão e ainda não leu o que escrevi sobre História, Geografia ou Português, provavelmente não perdeu nada. Um dia esta coletânea de bobagens estará em um livro que será queimado na fogueira santa de todas as escolas deste Brasil.

Confuso com o objetivo deste que vos escreve? Então leia a introdução e não fique com raiva de mim, este não é um ataque pessoal, é apenas uma crítica sobre o ensino da minha época, que pode muito bem não ter mudado nada até hoje!

Aos apaixonados pelas disciplinas que aqui maltrato, peço prévias desculpas. Ah! Os apaixonados! Nada percebem além da beleza daquilo que idolatram. Falo com experiência, pois eu costumava ser assim com uma certa matéria, uma tal de Matemática. Esta batata ainda está assando!

Com pouco tempo nos últimos meses, resolvi deixar um bônus e escrever sobre uma disciplina a qual não se dá a devida importância - Educação Física. O que será que eu apreendi nos mais de oito anos disso?

Não sei hoje, mas no meu tempo Educação Física era uma matéria sem ementa, sem conteúdo, sem sentido e sem teoria. Consistia, tão somente, em correr da esquerda para direta e de baixo para cima. Nada contra o objetivo cardiovascular, aeróbico, respiratório ou o que quer que seja, mas será que não havia nada a ser ensinado?

Existe muita ciência nesta área e poderia ter sido aproveitada para consumir o tempo que foi disponibilizado. Ninguém aprende qual a maneira certa de alongar, como ganhar massa muscular, como perder peso, o que comer antes de fazer exercícios e como fazer aquecimento. Nada! Apenas polichinelos, flexões e correr até cansar.

A maioria dos professores de educação física nem aplica prova, ou seja, não há avaliação. Faz sentido, pois nada foi ensinado. Acaba se passando a clara impressão de que tudo é inútil e só serve para suar o uniforme. Por causa disso, pertenço hoje a uma geração ignorante no que diz respeito ao próprio corpo. Um pessoal que busca, depois de velho, frequentar academias para aprender o que não teve na escola.

O pior é quando os gênios professores da área resolvem preencher o vazio da ementa com regras de futebol de salão, basquete ou handebol. Parece até mais divertido do que correr a esmo pela quadra como barata tonta, mas acaba mesmo servindo como uma recreação, não como um conteúdo de qualidade. Será que isso é realmente importante?

Saber quantos segundos se pode ficar com a bola em baixo da cesta só serve aos apaixonados. Ah! Os apaixonados! Estes não nunca entenderão que para mim pouco importa aprender regras de qualquer esporte que a gente só vê nas olimpíadas.

O pior de Educação Física são os horários e condições de ensino. Na minha época eu tinha que chegar antes das sete da manhã, trocar de roupa e começar a correr no frio mesmo. Depois do suadouro, hora de seguir para o vestiário onde não havia outra opção além de tomar um torturante banho super gelado, seguido de uma corrida para não chegar atrasado na próxima aula. O mais insuportável era ter que passar o dia inteiro suado, torto e com a roupa molhada na mochila.

É inacreditável que até hoje nada se tenha feito para melhorar este martírio. Será que os apaixonados acham o sofrimento engrandecedor? Alguém lembra disso com mimos e carinhos?

A matéria falha pois nada se ensina, não parece haver ementa nem conteúdo. Gastamos nosso precioso tempo de adolescente escorregando, tomando bolada, suando a camisa a aprendendo a jogar três cortes, enquanto o mais importante não é passado. Teria sido tão útil aprender a fazer exercícios corretamente, sem sobrecarregar a coluna, ter descoberto como ganhar ou definir músculos, como perder peso ou gordura localizada.

Com todos estes problemas nem se pode condenar aqueles alunos que passaram a vida inteira fugindo de Educação Física, na onda dos atestados médicos e desculpas esfarrapadas. É uma pena, pois ter contato com atividade física de qualidade é muito mais importante do que o monte de besteiras que tivemos que aprender no nosso tempo de estudante.

Mas não se preocupe pois estes textos ainda tem muita gordura para queimar. Enquanto aguarda o próximo, que tal um pouco de exercício? Tudo mundo no chão! 10 flexões!