sábado, 29 de janeiro de 2011

Mas que merda, Sr. Professor!

Doze anos é o tempo que leva do fundamental até o fim do médio. São tantas matérias e tantos professores que nem consigo lembrar de todos. Milhares de provas, trabalhos, pesquisas, colagens e testes foram necessários para que eu fosse considerado uma pessoa estudada.

Hoje, vejo meus anos de estudante como um monte de noites viradas, tardes de sol perdidas e uma juventude paralisada desde março a novembro. Na época, achava que tudo valia a pena, mas comecei a pensar recentemente que não foi bem assim.

Tão distante do meu tempo de aluno pude perceber melhor os erros, defeitos, incoerências e a falta de bom senso que meus antigos professores tinham. Muitos me fizeram decorar informações inúteis, datas e elementos da tabela periódica. Outros expunham fórmulas com tamanha importância que mais pareciam o segredo da vida. Cometiam erros crassos, enganos mitológicos e expunham sua própria licença poética em intermináveis bobagens.

É tanta coisa que não consigo expor em apenas um texto, mas sim uma série de postagens divididas por matérias. História, Geografia, Matemática, Português, Ciências, Física, Química e outras receberão uma análise de quem passou muito tempo tentando aprendê-las para tirar as notas altas que tanto interessavam aos nossos pais, mesmo que o conhecimento que se levava ano a ano fosse totalmente marginal.

Não se enganem! A série que começo a escrever, chamada "Mas que merda, Sr. Professor", não conterá uma só crítica construtiva. Professores não poderão utilizar aquilo que escrevi para nada, pois não tenho o objetivo de reformar o ensino. Estes textos são apenas uma crítica ácida, corrosiva e cruel de quem é fruto do próprio sistema.

Alguém pode até achar que se trata de vingança de um aluno repetente que nunca se encaixou no sistema. Muito pelo contrário. É um relato de quem encarou o estudo com a seriedade de muitas notas A e hoje sente-se injustiçado por tanto de sua adolescência extraviada memorizando besteiras, fazendo tarefas inúteis e lendo livros chatos.

Será um relato para derrubar tudo que se considera didático, tudo que disseram para você que é importante e útil. O mundo acadêmico não está acostumado a ser confrontado, não gosta de mudanças e se acha o maioral. Mal sabem eles que a vida lá fora é tão diferente das lousas e dos deveres de casa e é essa incoerência que pretendo mostrar. Segurem-se nas carteiras!