sexta-feira, 18 de março de 2016

O terrorismo na educação e os pesadelos dos torturados!

Você possui pesadelos recorrentes?

Não estou falando sobre sonhos comuns como estar voando, sendo perseguindo ou caindo de algum lugar. Falo sobre aqueles que se repetem com freqüência e são lembrados mesmo horas após acordar. Daqueles que incomodam o sono e o descanso noturno.

Escrevo sobre isso pois tenho este problema. Nesta semana, por exemplo, tive três vezes o mesmo pesadelo, em dias diferentes. Resolvi então escrever neste Blog analisando os motivos pelo qual acho que isso acontece.

O enredo do sonho é variado, faz uma confusão com diversos diferentes lugares em que estive na vida, mas acaba sempre no mesmo ponto. Percebo que, para minha surpresa, estou reprovado em alguma matéria da faculdade, por nota ou por faltas. Argumento com o professor, tento usar qualquer artifício para conseguir uma nova chance, mas não há o que fazer.

Às vezes, é ainda pior. Verifico que algo que fiz, ou não fiz, causará grande dano à toda a graduação. Uma matéria que pulei, uma inscrição que não foi aceita, uma requisição que esqueci de fazer. É normalmente por aí que acordo e percebo que tudo não passou de um truque do cérebro. O que ele está querendo me dizer?

Estamos em 2010 e neste momento não estou cursando mais matérias, acabei a faculdade há oito anos. Nunca fui reprovado em nada, nem no ensino médio, nem na graduação. Em poucos casos eu tive que fazer alguma prova final. Sempre fui bom aluno e estive sempre bem longe da degola. Por que este sonho é tão recorrente se nada disso jamais ocorreu?

Simples, tudo se resume ao que chamo de terrorismo na educação. É assim que alguns professores aprenderam a chamar nossa atenção e nos forçar a estudar. Tive muitos destes. Surpreendem a turma com uma primeira prova bem difícil para que todos prestem melhor atenção nas aulas para a segundo prova. Parece familiar?

Outra técnica. Entram em sala e criticam as notas dos alunos, fazendo de tudo para chamá-los de burros sem precisar fazê-lo. Avisam que apenas 10% da turma costuma passar e ameaçam que os resultados precisam melhorar ou a reprovação será iminente.

Durante a graduação foram mais de 200 provas e trabalhos valendo nota. Pelo menos em 1/4 destas avaliações havia grande potencial de reprovação. Apenas uma nota baixa poderia me levar para a prova final. Um pequeno deslize e tudo que eu tinha construído poderia ser derrubado. Esta é a sensação que passei por grande parte da minha faculdade.

Formei-me e meu diploma está emoldurado na parede do meu quarto. Mesmo que eu tenha vencido todas as dificuldades, posso dizer que não foi intacto. Existe dano psicológico causado pelo stress e isso ainda vai me deixar com pesadelos por mais alguns anos.

No entanto, há algo de sério em uma conclusão que tirei disso tudo, e deixo neste texto como recado para todos os professores. O terrorismo na educação não atinge aqueles alunos que não querem nada, que passam a faculdade a vadiar e colar nas provas. São os melhores alunos que mais sofrem, aqueles que se esforçam para aprender e fazer o melhor, apesar de tudo.