Eu não vi nada de absurdo nas vaias que recebeu o francês Lavillenie durante a final do salto com vara. Nem eu nem o jornal francês Le Monde, que aliás condenou fortemente seu compatriota pelos comentários ridículos nos comparando a nazistas.
A verdade é que Lavillenie não estava no seu melhor naquele dia. Quando tentou o salto que poderia ter-lhe dado o ouro pela primeira vez até tomou uma pequena vaia, mas depois muitos bateram palmas marcando o passo para a tentativa de seu salto, que naquele momento já desbancaria o brasileiro.
Depois que o Thiago Braz pulos seus incríveis seis metros e pouco, o francês se viu em posição de extrema pressão, e neste momento a multidão fez muito mal em vaiar. Deveria ter gritado Allez le Bleu e cantado La Marseillaise a capella e ainda sim veria Lavillenie perdendo a chance de seu derradeiro salto, pois havia errado há alguns minutos outros menos difíceis.
Sentiu a pressão, sentiu a dificuldade de fazer ao vivo, naquele momento, sendo o campeão mundial. Isso acontece com nossos atletas, com todo mundo na verdade. As vaias não foram 1% da sua derrota, e como grande campeão o francês deveria ter tido espírito olímpico para reconhecer isso.
Não cumprimentar o brasileiro foi a gota d'água. Dá-lhe vaia, agora totalmente merecida! Não duvido nada que se a situação fosse inversa o brasileiro seria escoltado a uma embaixada para ser imediatamente deportado.
Hoje 17 de agosto de 2016, em entrevista à Globo, Lavillenie afirmou que não quis dizer que o Brasil era nazista. O que quis dizer então? Isso não ficou muito claro. Pediu umas desculpas esfarrapadas e continua dizendo, embora de forma mais escorregadia, que a multidão reagiu com o mesmo tratamento que os nazistas deram a Jesse Owens.
Ao que parece a vitória do Thiago Braz abalou muito mais que qualquer vaia ou ação que a gente faça. C'est la vie...
http://sportv.globo.com/site/programas/rio-2016/noticia/2016/08/campeao-olimpico-critica-lavillenie-por-nao-cumprimentar-braz-desrespeito.html