domingo, 22 de junho de 2014

Quero minha nota, Mainardi!

Era um dia normal de faculdade e eu me dirigia para mais uma aula. Esta eu não ia faz tempo, matava sempre e nem lembrava o nome do professor. Assim que cheguei percebi, com muito arrependimento, que era dia de prova!

Olhei para um lado, para o outro, e todos os alunos estavam perfeitamente satisfeitos e cientes do teste que o professor entregava. Sentei na carteira da frente, a menos preferida dos que fazem provas, e antes de receber a folha de questões tive a maravilhosa ideia de escapar dali para enfrentar uma segunda chamada.

Fingi então receber uma ligação no celular e atendi não muito discretamente. No final da falsa ligação, onde eu dizia coisas como "o quê?", "como assim?" e "é grave?", fui até a mesa do professor e dei uma destas desculpas esfarrapadas à prova de balas: meu tio, primo, pai, mãe, cachorro ou galinha acabaram de sofrer um problema muito grave de saúde que exigia imediatamente minha presença. Em outras palavras: uma segunda chamada era necessária.

Saí da sala muito contente com a minha ideia, mas preocupado em ter que aprender uma matéria que eu não sabia nem o nome. Eu só tinha fugido do problema, ele certamente voltaria.

O tempo parece que passou rápido e estava eu novamente na sala recebendo uma prova em outro dia de aula. Não deu nem tempo de estudar! Tentei então entender as questões, mas elas eram muito loucas: uma sobre programação misturado com interpretação de texto, outra com uma penca de transistores aparentemente ligados incorretamente e mais tantas outras que eu nem conseguia ler o enunciado.

Já sei! Este é mais um daqueles meus sonhos malucos causados por stress pós-engenharia. Faz tempo que eu não tenho um destes, considerando que me formei há 12 anos!

Só pode ser um sonho! Isso explica porque o professor parece tanto o Diogo Mainardi, colunista da Veja, e porque meu cérebro parcialmente adormecido não consegue ler as questões.

Muito irritado com mais um desses sonhos terríveis, levantei e entreguei a prova parcialmente em branco para o Mainardi. Foi aí que eu acordei pensando em quando vou receber a minha nota. Quem sabe no próximo sonho?

Nenhum comentário: