Era um dia normal de faculdade e eu me dirigia para mais uma aula. Esta eu não ia faz tempo, matava sempre e nem lembrava o nome do professor. Assim que cheguei percebi, com muito arrependimento, que era dia de prova!
Olhei para um lado, para o outro, e todos os alunos estavam perfeitamente satisfeitos e cientes do teste que o professor entregava. Sentei na carteira da frente, a menos preferida dos que fazem provas, e antes de receber a folha de questões tive a maravilhosa ideia de escapar dali para enfrentar uma segunda chamada.
Fingi então receber uma ligação no celular e atendi não muito discretamente. No final da falsa ligação, onde eu dizia coisas como "o quê?", "como assim?" e "é grave?", fui até a mesa do professor e dei uma destas desculpas esfarrapadas à prova de balas: meu tio, primo, pai, mãe, cachorro ou galinha acabaram de sofrer um problema muito grave de saúde que exigia imediatamente minha presença. Em outras palavras: uma segunda chamada era necessária.
Saí da sala muito contente com a minha ideia, mas preocupado em ter que aprender uma matéria que eu não sabia nem o nome. Eu só tinha fugido do problema, ele certamente voltaria.
O tempo parece que passou rápido e estava eu novamente na sala recebendo uma prova em outro dia de aula. Não deu nem tempo de estudar! Tentei então entender as questões, mas elas eram muito loucas: uma sobre programação misturado com interpretação de texto, outra com uma penca de transistores aparentemente ligados incorretamente e mais tantas outras que eu nem conseguia ler o enunciado.
Já sei! Este é mais um daqueles meus sonhos malucos causados por stress pós-engenharia. Faz tempo que eu não tenho um destes, considerando que me formei há 12 anos!
Só pode ser um sonho! Isso explica porque o professor parece tanto o Diogo Mainardi, colunista da Veja, e porque meu cérebro parcialmente adormecido não consegue ler as questões.
Muito irritado com mais um desses sonhos terríveis, levantei e entreguei a prova parcialmente em branco para o Mainardi. Foi aí que eu acordei pensando em quando vou receber a minha nota. Quem sabe no próximo sonho?
domingo, 22 de junho de 2014
terça-feira, 3 de junho de 2014
Corrupção até no Subway!
Aconteceu comigo hoje uma situação bem peculiar na Lanchonete Subway.
Eis que chego para ser atendido e percebo uma certa festa, com muita gente falando alto parecendo até bar de bebum. No centro desta confusão está o rapaz do caixa, que ria aos berros e conversava com todo mundo.
Jeito carioca de ser, pensei eu. Ignorei e pedi meu sanduíche normalmente: alface aqui, tomate ali, molho não sei o quê e finalmente chego ao caixa.
Repeti então o pedido para o rapaz risonho registrar no caixa. Quando ele me disse o preço total, dei meu cartão para fazer o pagamento como sempre faço. Foi aí que houve a surpresa. Ele me disse:
"Tem dinheiro não?"
Assim mesmo, totalmente direto. Fiquei meio espantado com a possibilidade de não aceitarem cartões, mas mesmo assim recusei pagar com dinheiro. O caixa então propôs uma alternativa interessante:
"Se você pagar em dinheiro eu terei que reembolsar metade e ficar com a outra metade".
Eu não entendi nada. Perguntei então algo como "hã?". Ele tentou me explicar melhor.
"Eu fico com metade e você só paga metade".
Me passou pela cabeça a possibilidade de existir alguma promoção especial no dia, mas quando liguei os pontos entendi a estranha alegria dos funcionários e de alguns clientes que estavam na loja. Estava implantado um esquema especial de funcionamento em que o funcionário cobrava metade do valor do pedido e não registrava nada, embolsando tudo para ele. Puro roubo!
Diante da situação, e da possibilidade de ter meu lanche cuspido, me fiz de besta e repeti:
"Não entendi, deixa isso para lá e paga no cartão mesmo".
Durante o pagamento o funcionário tentou me explicar novamente:
"Tô brincando, não tem nada disso não".
Respondi então que ele deveria tomar mais cuidado, que alguém poderia acreditar. Ele então falou:
"Ah! Quisera eu, eles não mandam ninguém embora aqui!"
Saí sem saber se o "desconto de 50%" é realmente roubo ou sacanagem do cara do caixa. Assumo ser verdadeiro. Quem se arriscaria a dizer isso de brincadeira?
A moral da história é um antigo pensamento meu, de que "a corrupção não está nas instituições, no público ou privado, mas cabeça de cada pessoa".
Eis que chego para ser atendido e percebo uma certa festa, com muita gente falando alto parecendo até bar de bebum. No centro desta confusão está o rapaz do caixa, que ria aos berros e conversava com todo mundo.
Jeito carioca de ser, pensei eu. Ignorei e pedi meu sanduíche normalmente: alface aqui, tomate ali, molho não sei o quê e finalmente chego ao caixa.
Repeti então o pedido para o rapaz risonho registrar no caixa. Quando ele me disse o preço total, dei meu cartão para fazer o pagamento como sempre faço. Foi aí que houve a surpresa. Ele me disse:
"Tem dinheiro não?"
Assim mesmo, totalmente direto. Fiquei meio espantado com a possibilidade de não aceitarem cartões, mas mesmo assim recusei pagar com dinheiro. O caixa então propôs uma alternativa interessante:
"Se você pagar em dinheiro eu terei que reembolsar metade e ficar com a outra metade".
Eu não entendi nada. Perguntei então algo como "hã?". Ele tentou me explicar melhor.
"Eu fico com metade e você só paga metade".
Me passou pela cabeça a possibilidade de existir alguma promoção especial no dia, mas quando liguei os pontos entendi a estranha alegria dos funcionários e de alguns clientes que estavam na loja. Estava implantado um esquema especial de funcionamento em que o funcionário cobrava metade do valor do pedido e não registrava nada, embolsando tudo para ele. Puro roubo!
Diante da situação, e da possibilidade de ter meu lanche cuspido, me fiz de besta e repeti:
"Não entendi, deixa isso para lá e paga no cartão mesmo".
Durante o pagamento o funcionário tentou me explicar novamente:
"Tô brincando, não tem nada disso não".
Respondi então que ele deveria tomar mais cuidado, que alguém poderia acreditar. Ele então falou:
"Ah! Quisera eu, eles não mandam ninguém embora aqui!"
Saí sem saber se o "desconto de 50%" é realmente roubo ou sacanagem do cara do caixa. Assumo ser verdadeiro. Quem se arriscaria a dizer isso de brincadeira?
A moral da história é um antigo pensamento meu, de que "a corrupção não está nas instituições, no público ou privado, mas cabeça de cada pessoa".
A aventura de completar o álbum da copa de 2014
Hoje eu tirei o dia para ir na troca de figurinhas do Shopping Tijuca. Lá tem uma sala exclusiva para isso, no terceiro andar perto da praça de alimentação. Quase completei meu álbum! Mas o interessante mesmo foi o monte de gente diferente que eu conheci lá.
Ao chegar fui logo me aproximando de um senhor com uma pochete cheia de bolinhos de figurinhas. Ele tinha quatro álbuns e mais de mil repetidas! Não aceitava trocar nem vender, era tudo doação mesmo. Era um militar aposentado, estilo durão, que não deixava ninguém encostar nos seus cromos autoadesivos. Ele mesmo ficava repetindo em voz alta uma lista e quem quisesse alguma coisa era só dizer. Meio como um bingo de maluco.
Encontrei muitas senhoras com seus netinhos. É a diversão da terceira idade! Mas cuidado porque uma delas perdeu meu bolo de figurinhas e ficou perguntando se já não tinha me devolvido. Acabou encontrando tudo na mão do neto maluquinho que corria e gritava feito louco. Pediu desculpas e me deu um monte de figurinhas que eu precisava.
Duas mulheres trocavam figurinhas enquanto uma delas segurava um bebê de dois ou três meses. Será que o álbum era para o recém nascido?
Depois de quase uma hora na sala de trocas, um cara quase da minha idade entrou gritando: "preciso do goleiro da Bélgica! Preciso do goleiro da Bélgica!". Acho que este goleiro nunca foi tão famoso na vida!
Outro rapaz, segurando um bolo de 300 ou 400 figurinhas, dizia em voz alta que trocava tudo pelo cromo de número 471. Eu até procurei, mas não fui o felizardo que arrebanhou todas as figurinhas. Uma menina toda contente fez a troca e levou o bolão, para desespero da mãe que não aguentava mais ver figurinha pela frente.
Uma senhora claramente irritada tinha tanta figurinha, mas tanta, que não deixava nem a gente ver. Tinha que passar uma lista para ela que checava um a um os inúmeros bolinhos que guardava na bolsa. Consegui muitas que faltavam no meu álbum, enquanto ela me dizia, em tom de professora rigorosa, que estava me dando seus cromos "muito raros".
Um monte de meninas risonhas, perto dos 18 anos, me cercou para trocar figurinhas comigo. Nunca fui tão popular! Dei meu bolinho e elas atacaram. Me devolveram totalmente fora de ordem e com um monte de cabeça para baixo! Que coisa horrível! Etiqueta básica do trocador de figurinhas: nunca tirar da ordem o bolo do seu colega e sempre manter o seu em perfeita ordem numérica!
Uma outra menina, totalmente desesperada, queria muito o jogador Messi da Argentina, que segundo ela era "lindo"! Tem gosto para tudo...
Um determinado momento um cara veio correndo em minha direção dizendo que tinha encontrado Jesus para mim! E eu realmente estava precisando: era o número 122 da Espanha "Jesus Navas".
Depois de umas duas horas faltavam poucas figurinhas para mim e eu decidi me levantar, com um monte de números anotados na mão mesmo, e sair à caça. Quase consegui todas e ainda acabei ajudando um monte de gente que precisava de figurinhas prateadas.
Foi uma experiência interessante que reforçou minha confiança na humanidade. Todos os presentes aceitavam trocar figurinhas 1 para 1 e não se importavam em trocar algum cromo que você precisasse por outro que já tinham. Muitos até davam para você o que tivesse faltando. Todo mundo muito educado. Quase sempre me devolviam as figurinhas na ordem, sem bagunça ou confusão. Até mesmo crianças!
Nunca tinha tido esta experiência antes. Tive outros álbuns e troquei figurinhas com meus amigos na escola, mas nunca com esta atitude "semi-profissional" que agora é comum. Foi ótimo ter pertencido a este interessante mundo do álbum da copa. Qual é o próximo?
Ao chegar fui logo me aproximando de um senhor com uma pochete cheia de bolinhos de figurinhas. Ele tinha quatro álbuns e mais de mil repetidas! Não aceitava trocar nem vender, era tudo doação mesmo. Era um militar aposentado, estilo durão, que não deixava ninguém encostar nos seus cromos autoadesivos. Ele mesmo ficava repetindo em voz alta uma lista e quem quisesse alguma coisa era só dizer. Meio como um bingo de maluco.
Encontrei muitas senhoras com seus netinhos. É a diversão da terceira idade! Mas cuidado porque uma delas perdeu meu bolo de figurinhas e ficou perguntando se já não tinha me devolvido. Acabou encontrando tudo na mão do neto maluquinho que corria e gritava feito louco. Pediu desculpas e me deu um monte de figurinhas que eu precisava.
Duas mulheres trocavam figurinhas enquanto uma delas segurava um bebê de dois ou três meses. Será que o álbum era para o recém nascido?
Depois de quase uma hora na sala de trocas, um cara quase da minha idade entrou gritando: "preciso do goleiro da Bélgica! Preciso do goleiro da Bélgica!". Acho que este goleiro nunca foi tão famoso na vida!
Outro rapaz, segurando um bolo de 300 ou 400 figurinhas, dizia em voz alta que trocava tudo pelo cromo de número 471. Eu até procurei, mas não fui o felizardo que arrebanhou todas as figurinhas. Uma menina toda contente fez a troca e levou o bolão, para desespero da mãe que não aguentava mais ver figurinha pela frente.
Uma senhora claramente irritada tinha tanta figurinha, mas tanta, que não deixava nem a gente ver. Tinha que passar uma lista para ela que checava um a um os inúmeros bolinhos que guardava na bolsa. Consegui muitas que faltavam no meu álbum, enquanto ela me dizia, em tom de professora rigorosa, que estava me dando seus cromos "muito raros".
Um monte de meninas risonhas, perto dos 18 anos, me cercou para trocar figurinhas comigo. Nunca fui tão popular! Dei meu bolinho e elas atacaram. Me devolveram totalmente fora de ordem e com um monte de cabeça para baixo! Que coisa horrível! Etiqueta básica do trocador de figurinhas: nunca tirar da ordem o bolo do seu colega e sempre manter o seu em perfeita ordem numérica!
Uma outra menina, totalmente desesperada, queria muito o jogador Messi da Argentina, que segundo ela era "lindo"! Tem gosto para tudo...
Um determinado momento um cara veio correndo em minha direção dizendo que tinha encontrado Jesus para mim! E eu realmente estava precisando: era o número 122 da Espanha "Jesus Navas".
Depois de umas duas horas faltavam poucas figurinhas para mim e eu decidi me levantar, com um monte de números anotados na mão mesmo, e sair à caça. Quase consegui todas e ainda acabei ajudando um monte de gente que precisava de figurinhas prateadas.
Foi uma experiência interessante que reforçou minha confiança na humanidade. Todos os presentes aceitavam trocar figurinhas 1 para 1 e não se importavam em trocar algum cromo que você precisasse por outro que já tinham. Muitos até davam para você o que tivesse faltando. Todo mundo muito educado. Quase sempre me devolviam as figurinhas na ordem, sem bagunça ou confusão. Até mesmo crianças!
Nunca tinha tido esta experiência antes. Tive outros álbuns e troquei figurinhas com meus amigos na escola, mas nunca com esta atitude "semi-profissional" que agora é comum. Foi ótimo ter pertencido a este interessante mundo do álbum da copa. Qual é o próximo?
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